Assim como no manifesto, os representantes das escolas explicam que, para eles, o problema não é o ingresso na UFSM via Sisu e, sim, a época do ano em que essa decisão foi tomada.
O Diário ouviu as escolas, e o consenso é que os planejamentos pedagógicos são feitos com antecedência e, agora, o andamento do ano letivo foi prejudicado.
No próximo dia 5, representantes das instituições devem se encontrar com o reitor da UFSM, Paulo Burmann, para expor o descontentamento. Veja as opiniões*:
O QUE DIZEM AS INSTITUIÇÕES
"Nosso grade descontentamento é a época do ano em que a medida foi tomada. O ano letivo começou em fevereiro, e as escolas se organizam e se planejam antes disso. Sempre tivemos a demanda do vestibular, assim como do Enem, mas mexe em todo o planejamento. Mesmo que a preparação seja também para o Enem, sempre adaptamos as demandas para o ingresso na Universidade, que era pelo PS e pelo vestibular."
Andrea Vieira, diretora do Colégio Marista Santa Maria
"Nos pegou basicamente na metade do ano letivo, que é planejado com um ano e meio de antecedência. Eu não tenho dúvidas de que o aluno está preparado, mas a abordagem não é a mesma: uma prova é mais rápida, outra, mais trabalhada. A gente dormiu com a prova seriada e acordou sem e sem tempo para a adaptação."
Denise Crivellaro, diretora do Colégio G10
"Não somos contra o Enem nem as cotas, o que nos surpreendeu foi ter sido em cima da hora de terminar as inscrições. De uma hora para outra, mudou tudo, e a nossa preocupação é com a questão pedagógica dos nossos alunos. Nós estávamos nos preparando para o Enem, mas não para esta mudança."
Glaucia Rossignolo, vice-diretora do Colégio Coração de Maria
"A nossa preocupação está na questão da época que foi feita a mudança, com o calendário escolar já em andamento. Vamos ter que antecipar o conteúdo e, talvez, ter aulas à tarde, para que os alunos tenham posse do conteúdo até a prova do Enem. Também nos preocupamos com os alunos que estão no meio do processo, do PS. Deveria ser uma mudança gradual."
Irmã Valderesa Moro, diretora do Colégio Franciscano Sant'Anna
"Seguir o programa da universidade é um compromisso que assumimos com a comunidade. A preparação para o Enem já existia, mas a surpresa foi decidirem que não haveria prova. Entendemos que o planejamento deveria ser feito com antecedência. No ano passado, a universidade reuniu 63 instituições para falar do programa de 2013, que seria o mesmo até 2016. O problema não é se adaptar a mudanças, mas a decisão ser tomada no meio do ano e ainda não termos respostas sobre a situação dos alunos do PS 2 e do PS 3."
Josimara da Silva Pinheiro, coordenadora do Ensino Médio do Colégio Riachuelo
*O Diário tentou entrar em contato com os colégios Antônio Alves Ramos e Fátima, mas não teve retorno até o fechamento desta edição